FOTO: BLAZY, GROUNDBASS E TIJAH
(DA ESQUERDA PARA A DIREITA)
Já não é novidade para ninguém que a música eletrônica brasileira está rompendo barreiras, e quando falamos de psytrance, o alcance e influência é ainda maior, apesar de ser um movimento considerado “underground” em nosso país.
O momento atual é ainda mais especial para os produtores brasileiros dessa vertente, que estão rodando o mundo e levando nossa sonoridade psicodélica para novos públicos.
E desde o ano passado, uma música em especial tem quebrado barreiras além das pistas de dança em raves e festivais, chegando até as salas de cinema ao redor do mundo. Estamos falando do remix de “Mama India”, feito pelos projetos de brasileiros de psytrance Blazy, Groundbass e Tijah, e lançado no final de 2022 pela gravadora dinamarquesa Iboga Records.
“Foi uma música marcante, até pelo momento em que foi lançada. Eu estava me apresentando pela primeira vez no Mainstage do Universo Paralello e pude estar presente quando foi a música mais tocada do festival”, relembra Blazy.
A track foi um verdadeiro sucesso, desde antes de seu lançamento, e no momento acumula mais de 1 milhão de plays se considerarmos apenas o Spotify. A releitura deste clássico do psytrance produzida pelo artista israelense Technical Hitch ganhou força e se tornou trilha sonora de um mini-documentário que está ganhando diversos prêmios ao redor do mundo.
O documentário em questão é o “Enfield Is Prayer”, um curta metragem produzido pelo diretor alemão Pavi Lustig e lançado em 2023, que já recebeu até o momento mais de 36 prêmios – além de 13 seleções oficiais – em festivais de cinema e audiovisual independentes em países como Índia, Estados Unidos, França, Portugal, Austrália e Itália.
Dentre as categorias vitoriosas desta obra audiovisual estão: Melhor Documentário de Viagem, Melhor Comercial, Melhor Cineasta Estreante, e o destaque fica por conta da Melhor Trilha Sonora, recebido no Golden Fern Film Awards, em Darjeeling, Índia.
“Quem diria né? Mais uma vez o psytrance rompendo barreiras, e mais uma vez, a ‘Mama India’ provando ser transcendental”, complementa GroundBass.
“Enfield Is Prayer” é um mini-documentário que registra a jornada cultural de um grupo de turistas oriundos de vários países, que fazem uma expedição por cenários e paisagens paradisíacas pelo interior da Índia e México, com um detalhe muito especial: a expedição é feita sob duas rodas, à bordo de motocicletas da marca indiana (com raízes inglesas) Royal Enfield.
Em um pouco mais de 10 minutos de vídeo, Pavi Lustig nos apresenta e narra diversos momentos vividos pelo grupo, visitando templos, praias, festivais, montanhas e cidades, trazendo a sensação de liberdade para além da tela. E a trilha sonora principal – o remix brasileiro de “Mama India” – se torna um elemento essencial para a imersão e desenvolvimento da narrativa.
“Esta track foi lançada quando eu estava começando a editar [o mini-documentário], e tornou todo o processo criativo muito mais fácil, porque a música em si é tão cinematográfica, começando com uma bela introdução, com lindos cantos indianos e uma parte tranquila no meio, que permite ao público respirar um pouco antes de voltar para as batidas cheias de energia que ela tem”, explica Pavi.
Esse reconhecimento fortalece ainda mais o talento e a qualidade da música eletrônica psicodélica brasileira no cenário internacional, levando o seu poder e energia para pessoas que ainda não conhecem o mundo das raves e festivais.
“Saber que algo que remixamos ainda pode tocar e movimentar as pessoas tanto tempo depois do lançamento é uma realização muito grande! Acho que a meta de todo artista é que sua música se perpetue na atemporalidade. Nosso sentimento é de dever cumprido”, finaliza Tijah.
A track original, “Mama India”, foi lançada pelo artista israelense Technical Hitch em 2014, e se tornou um dos hits mais icônicos da cena psytrance mundial na década passada, acumulando mais de 13 milhões das principais plataformas de streaming.
Por conta de seu sucesso, diversos artistas ao redor do mundo fizeram “remixes” da música, porém um deles é mais que especial para o público brasileiro: a versão feita pelos projetos brazucas Blazy, GroundBass e Tijah – lançada pela gravadora dinamarquesa Iboga Records – atingiu o TOP 1 do Beatport em 2022, além de receber suportes de peso ao longo do tempo.
Blazy é o produtor brasileiro mais jovem a alcançar o topo das vendas nos charts do Beatport, e não apenas uma vez, mas quatro vezes! Natural de Pelotas – RS, ele acumula mais de 50 milhões de streams em suas plataformas digitais e é o segundo artista de psytrance nacional mais ouvido no Spotify.
Henrique Janelli, também conhecido como Blazy, tem carimbado seu passaporte com turnês pela Austrália, Suíça, México, França, Índia, entre outros países.
Seus sucessos como “Interlude”, “Tandava” e “Harvest Moon”, além dos remixes para “Makeup” e “Sweet Disposition”, foram lançados por gravadoras renomadas mundialmente, como Spin Twist, Blue Tunes, Alien Records e Hub Records.
Em sua jornada ascendente, Blazy tem explorado uma sonoridade mais melódica e sentimental, conquistando pistas em todo o país e já integrando as playlists e sets dos principais produtores do mundo.
GroundBass é um dos principais DJs e produtores da cena psychedelic trance do Brasil.
Com 15 anos de carreira, Thiago Ramos passeou por diversas vertentes do psytrance até se encontrar na sonoridade do progressive trance. O reconhecimento do seu talento rendeu a GroundBass apresentações de destaque em diversas festas e festivais do Brasil, sendo escalado para o line up das últimas cinco edições do Universo Paralello, estreando no Mainfloor em 2022, protagonizando uma das apresentações mais comentadas do festival. Atualmente, é o primeiro brasileiro a integrar o time da gravadora Iboga Records.
Dono de um estilo único e cativante de apresentação, conecta-se diretamente com seu público em uma nítida expressão enérgica de amor pela música. Guiado pelas novas descobertas e maravilhas da vida, não temeu as mudanças e seguiu seu coração, mergulhando dentre o desconhecido e dando vida a um novo GroundBass. Mais sofisticado, confiante e intenso com influências do dark progressivo e timbres e melodias do techno, não deixando para trás a essência do bom e velho psytrance. GroundBass nunca fez tão juz ao seu nome como agora!
Tijah é um dos pioneiros no cenário do prog dark nacional. Após anos como frequentador de festas e festivais do estilo, Juliano Bcheche começou a trilhar seu caminho na produção de psytrance em 2009, mergulhando em uma intensa imersão.
Desenvolvendo-se como DJ e produtor ao longo destes anos, Tijah tornou possível a realização de um sonho, saindo da pista dos principais festivais do mundo, para os palcos, comandando os renomados Boom Festival, Universo Paralello, MoDem, Freqs of Nature, entre outros.
Sua trajetória ainda conta com lançamentos em diversas gravadoras como X7M Records, Zenon Records, Iboga Records e Tesseract.
Transitando por novos territórios, Tijah apostou na mudança do seu estilo musical, unindo toda a sua experiência nas vertentes noturnas, mas, se aventurando em um estilo mais sofisticado e enérgico, apoiado também por colabs referências no estilo, entre elas, Vegas, GroundBass e Major7.